Com o Renegade, a Jeep quer chegar ao topo do segmento logo na sua estreia nacional. Com 4x4 e motor diesel, será que ele consegue?
As maiores pretensões da Jeep estão depositadas no menor utilitário-esportivo já feito pela marca. Com 4,23 m de comprimento e 1,79 m de largura, o Renegade, o primeiro modelo a sair do novo complexo industrial do Grupo Fiat Chrysler, em Goiana (PE), tem a missão de se tornar o SUV compacto mais vendido do mercado brasileiro ainda em 2015. Isso quer dizer que ele terá nove meses para roubar a liderança do precursor do segmento, Ford Ecosport, e ainda se manter à frente de outros concorrentes que almejam a mesma posição, como é caso do Honda HR-V.
Em um ano de crise, a meta da Jeep é bastante ambiciosa, mas a fabricante acredita ter conseguido uma fórmula poderosa: um produto com aura premium, uma gama diversificada de versões, motores e câmbios, um bom nível de itens de conforto e entretenimento, e preços pareados ao da concorrência. É claro que a maior parte das vendas não ficará a cargo das versões com motor 2.0 turbodisel, câmbio automático de nove marchas e tração 4x4, cujos preços variam de R$ 99.900 a R$ 116.800. Apesar de todas as qualidades e recursos desse conjunto, os valores os deixam fora do radar de muita gente que deseja incressar no segmento.
Serão as opções equipadas com motor 1.8 flex, câmbio automático de seis marchas e tração 4x2 que puxarão as vendas do Jeep pernambucano. A grande aposta da marca é na versão intermediária Longitude, sugerida por R$ 80.900. Tivemos contato com o modelo durante o lançamento para a imprensa, no Rio de Janeiro. Saiba agora como ele se saiu.
Impressões ao volante
Esqueça tudo o que você sabe, leu ou viu sobre o Renegade com motor 2.0 turbodisel. O modelo com motor 1.8 flex é um utilitário com posicionamento de mercado e propósitos bastante diferentes. Quer dizer, a sensação de estar ao volante de um carro robusto e capaz, apesar das dimensões enxutas do Jeep, é a mesma, mas é um utilitário essencialmente urbano e o que você sente ao pisar no acelerador é bem distinto.
Apesar de todos os ajustes feitos para melhorar o motor 1.8 16V E.torQ Evo da Fiat, que ganhou comando variável de válvulas e uma nova calibração para entregar 19,1 kgfm de torque em rotações menores, a 3.750 rpm, os 132 cv não garantem ao Renegade um desempenho empolgante. Com 1.439 kg, é preciso pisar com vigor no acelerador para o carro embalar. Uma vez em movimento, o SUV consegue desenvolver bem a velocidade.
Os próprios números oficiais de desempenho atestam o jeito mais pacato dessa versão. O Renegade 1.8 E.torQ vai aos 100 km/h em 12,6 segundos (o manual de cinco marchas cumpre o mesmo em mais otimistas 10,8 s). O HR-V 1.8 CVT de 139 cv (140 cv com gasolina) fez o mesmo em 10,5 s na nossa pista de testes, enquanto o Ford EcoSport 2.0 de 147 cv e câmbio de dupla embreagem de seis marchas despachou a marca em 10,2 s. Nessa hora, a caixa Aisin não é capaz de fazer milagres com o antigo 1.8, ainda mais diante do peso elevado do conjunto que é, pelo menos, 150 kg mais rechonchudo que os rivais diretos. Sem dúvida, o turbodiesel emociona bem mais com seus 10 s cravados na arrancada até os 100 km/h.
O câmbio automático de seis marchas é bem escalonado, mas costuma segurar as trocas após os 3.000 giros, para equilibrar o gasto de combustível, mas você pode lançar mão das borboletas atrás do volante para comandar a mudança e apressar a tocada. Ainda não tivemos tempo de medir adequadamente o consumo do carro, mas durante os 40 minutos que rodamos com ele, em ciclo urbano e com velocidade média de 70 km/h, o computador de bordo marcou uma média de 8,4 km/l, com etanol. Nada mal para um carro do porte e peso do Jeep.
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